quinta-feira, 22 de abril de 2010

O pior e o melhor dia da minha vida

Eu tenho uma amiga que sempre quando tem muito trabalho, ou estresse, ou alguma chateação, costuma brincar que foi "o pior dia da minha vida". Eu sempre achei graça disso, mas essa semana realmente tive, senão o pior dia, "a pior manhã da minha vida", que graças a Deus, se tornou "o melhor dia da minha vida".
Foi dia de levar o Pedro ao pediatra. Começamos com o relato da rotina: banho de sol, banho, leite, vacinas, comportamento em geral. Daí ele pede para tirar a roupa dele, para pesar, medir e examinar. Ok. Medimos: 96 cm (pera aí, deixa eu medir de novo, não pode ser tanto!, disse o pediatra, mas era mesmo, 5cm em um mês), 5,1kg (1,7kg de aumento de peso em um mês, o dobro do esperado, uau de novo). Chegou a hora do exame: ouvido, nariz, garganta, pele, tudo ok. Na hora de auscutar o coração, começou o momento tenso. Pediatra repete, repete, repete a auscuta. Troca o estetoscópio de lado, repete de novo, troca de lado de novo, repete de novo. Eu, desconfiada, pergunto: tudo bem, doutor? Tudo. Aí mudamos de assunto, examinamos a Gabi, que também foi (e aliás, não levo mais os dois juntos, dá muita confusão na consulta, a gente não se concentra direito), tudo certo, tudo lindo com a lindona.
Na hora de passar as receitas e tarefas de casa (atividades para fazer com o Pedro), ele fala:
- Eu gostaria de auscutar o Pedro de novo, estava muito barulho na hora do exame.
Então levou o pequeno para a sala ao lado. Quando ele voltou:
- Eu vou pedir para vocês fazerem um ecocardiograma no Pedro, porque ouvi um pequeno barulho no coração, que eu quero tirar a dúvida do que pode ser. Explicou mil vezes que provavelmente não era nada, que podia ser apenas uma alteração passageira, etc. etc. Mas depois que ele falou o nome do exame, eu bloqueei. Só pensava no exame no meu bebê, tão pequeno, será que ele tava sofrendo? Pensei que ele poderia estar sentindo alguma dor e a gente confundindo com fome, como se pode ajudar um bebê tão pequeno que não sabe se comunicar? Ai, ai, ai. Ele pediu para marcar com um tal doutor, no mesmo prédio do consultório dele. Corremos lá e marcamos. Só tinha para o sábado. Aí sabe como é pai e mãe né? Foi uma loucura a manhã que passamos. Tristes, abatidos e nervosos. Ansiosos. Na hora do almoço, maridão tem a ideia: vou ligar para o meu médico e ver se ele conhece esse doutor e antecipa o exame. Santo médico. Em 15 minutos ele retorna, com a notícia: exame antecipado para o mesmo dia, às 15horas. Ufa. A gente queria mesmo era acabar com essa angústia. E lá fomos nós. Imagina a aflição de ver seu filhinho de 35 dias na mesa de exame, com o coração sendo examinado. E o maridão perguntava: doutor, tudo o que o senhor for vendo, por favor, vá nos contando. E o médico dizia: até agora, tudo bem. Até agora, tudo bem. Até agora, tudo bem. E assim passou o exame: TUDO BEM.
Resultado: ele tem um "sopro inocente", que é um ruído que a gente auscuta devido à caixa torácica dele ainda estar em formação, mas que vai sumir com o tempo e que no ecocardiograma não detectou nada além disso. Ele está perfeito e o coração também.
Imagina a nossa felicidade. E o dia que era o pior tornou-se o melhor. O MELHOR DIA DA MINHA VIDA.

Um comentário:

  1. Menina, se post tivesse mais algumas linhas, eu ia ter que buscar um lenço... juro, eu tava chorando aqui só de pensar na angústia de vocês!
    Que alívio ler o final!
    Bjocas

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